domingo, 19 de abril de 2009

Da série "pare o mundo que eu vou descer"

Pois é, a série continua.

A concessionária de serviços ferroviários no Rio de Janeiro, SuperVia, brindou seus "clientes" da Central do Brasil com chicotes, agressões, espacamentos e cacetadas. Para a porta do trem ser fechada, mesmo com a superlotação evidente, o método de "amansar gado" era posto em prática: chicotadas. O diretor de Marketing da empresa diz ""Quem segura as portas é marginal. Segurar a porta é crime, e mais de 200 já foram para cadeia esse ano". Deste trem, com certeza, eu quero descer. Só falta a CPTM, aqui em SP, adotar a moda....

E continuando no Rio, o governador do Rio de Janeiro decidiu construir muros para impedir a expansão das favelas. Chamou isto de "eco-limites", afirmando proteger o meio ambiente ainda intacto. Sem falar que este mesmo governador, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), falou que as favelas são "fábricas de marginais"; além disto prometeu acabar com o "caveirão", carro da PM carioca que invade morros e favelas com o batalhão do BOPE, o que não ocorreu até agora.

É o apartheid social brasileiro; aos do andar de cima, habeas corpus em tempo recorde, defesa incontinenti dos direitos individuais e da liberdade, reportagens e editoriais favoráveis, juros nas alturas, empréstimos milionários do BNDES, que em última instância é dos trabalhadores brasileiros (via FAT), com carência e juros "camaradas" e por aí vai. Aos do andar de baixo: chicotes, cacetetes, caveirão, muro, desemprego, favelas, etc.

Registre-se que o governador do Rio de Janeiro é cotado a ser candidato a vice-presidente da República com Dilma Rousseuff (PT), escolhida por Lula, na cabeça da chapa. Seria, segundo os políticos envolvidos na montagem desta coligação, uma candidatura de "centro-esquerda", sócio-desenvolvimentista, com a união de trabalhadores e empresários nacionais. É a velha tese cepalina (CEPAL) da busca por uma burguesia nacional forte que levaria o país à níveis de desenvolvimento europeus e à modernização capitalista.

Para constatação: EMBRAER, CSN, USIMINAS e VALE decidiram, em função da crise ecônomica, demitir parte dos seus quadros, mesmo com os empréstimos governamentais; há ainda os sonegadores compulsivos, dos quais nem quero falar, porque a lista é vasta. Se for depender deste tipo de empresário para modernizamos a sociedade brasileira, eu quero mudar de país.

Se é isto que a agenda de esquerda tem a oferecer, tô fora.

Nenhum comentário: