sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eleições em São Paulo/2012 - Painel Geral

As eleições na cidade de São Paulo pra prefeito apresentam quatro candidaturas competitivas, são elas:

- uma de centro-esquerda (Haddad);
- uma de centro (Chalita);
- uma da direita personalista (Russomano) e,
- uma da direita tradicional (Serra).

Estas quatro candidaturas oferecem propostas e soluções diferentes, amparadas no quadro de apoiadores; goste-se ou não, todas possuem sim, propostas de políticas públicas: basta analisar o que pensam os segmentos sociais sustentadores das respectivas categorias.

É bom salientar que todos os grupos aqui citados não são “nem demônios, nem anjos”, mas atores sociais relevantes, todos na arena democrática expondo suas idéias, razões e motivos.

Só senti falta do apoio mais firme dos “eco-capitalistas”, quase todos “marineiros” no PV e com Serra, mas que não tiveram declaração de apoio da ambientalista e líder social Marina Silva nesta eleição; agora, os eco-socialistas sumiram (eles existem?).

Assim, podemos fazer diversas clivagens com estas quatro candidaturas:

a)Lulistas (Haddad, Chalita, Russomano) x Anti-Lula (Serra);

b)Kassabistas (Serra) x Anti-Kassab (Haddad, Chalita, Russomano);

c)Buscou apoio de líderes religiosos (Chalita, Russomano, Serra) x Não buscou apoio (Haddad);

d) Evangélicos pentecostais (Serra, Chalita); neopentecostais (Serra, Russomano); católicos (Serra, Chalita).

Não conheço a posição dos protestantes históricos; os pentecostais são em geral as igrejas da Assembléia de Deus, Quadrangular e Brasil Para Cristo; os neopentecostais são a Universal, Mundial, Internacional, Renascer.

De modo mais específico, temos:

e) HADDAD: apoiado por sindicatos de trabalhadores e movimentos sociais, associações de bairro da periferia e movimentos de minorias/temáticos, bem como de lideranças tradicionais do partido/coligação/cidade (Antônio Donato, Família Tatto, Francisco Chagas, Paulo Fiorillo, Senival Moura, Zelão, José Américo, Juliana Cardoso, Ítalo Cardoso, Erundina, Eliseu Gabriel, Jamil Murad, Orlando Silva) e famosos (Marcelinho Carioca, Noemi Nonato – cantora evangélica -, Pereio, Ota, Netinho, T. Kaçula, Leci Brandão, Eliane de Lima, Emicida, Mano Brow) e intelectuais (Antonio Candido, Maria Rita Kehl, José Celso Martinez Correa, Celso Antonio Bandeira de Mello, Marilena Chaui, Vladimir Safatle, Fernando Morais, Dalmo Dallari, Andre e Paul Singer, Anita Freire, entre outros);

f) CHALITA: apoiado pela Renovação Carismática Católica, por partidos de pastores centristas (partido são o PSC e o PSL, com Marcos Feliciano, Lelis Trajano, Gilberto Nascimento Jr) e importantes nomes das profissões liberais como a área jurídica (Michel Temer, Luiza Nagib Eluf), comunicadores (Nelo Rodolfo e Raul Gil JR) e área da saúde/médica (Mariane Pinoti como vice, filha do falecido José Pinotti, médicos).

g) RUSSOMANO: apoio principal das igrejas neopentencostais (Universal, Mundial, Internacional da Graça, Renascer e algumas Assembléias de Deus), da Rede/TV Record, com boa inserção no meio jurídico (com o D’urso da OAB/SP como vice), e, chapa de vereadores com muitos famosos (Reinaldo Príncipe do Pagode, Chico Lang, Nani Venâncio) ou com lideranças tradicionais (Celso Jatene, Paulo Frange, Conte Lopes, Adilson Amadeu).

h)SERRA: apoiado por alguns sindicatos patronais (Fecomercio e Associação Comercial ACSP), grandes veículos de comunicação (Veja, Globo, Folha e Estadão), militares (Coronel Paulo Telhada e Coronel Álvaro Camilo, na chapa de vereadores, bem como apoiado pelos subprefeitos do Kassab, que são coronéis da reserva), evangélicos e pastores conservadores (algumas igrejas Assembléia de Deus; Silas Malafaia, Marta Costa na chapa de vereadores, filha do Pastor José Wellington Bezerra da Costa; Pr. Hideraldo Pagliarian e José Pagliarin como vereadores pela Igreja Paz e Vida; Carlos Bezerra e Patrícia Bezerra da Comunidade da Graça, Pastor Atalaia, Miss. Edilaine Pires), candidatos a vereadores famosos (Serginho do BBB, Kiko KLB, Agnaldo Timóteo, Ademir da Guia, Aurélio Miguel), lideranças tradicionais do partido/cidade (Andrea Matarazzo, Antonio Carlos Rodrigues, Tonhinho Paiva, Floriano Pesaro, Goulart, Police Neto, Estima, Tuma, Havanir, Milton Leite, Mirian Athiê) e intelectuais (Boris Fausto, Fernando Henrique Cardoso, José de Souza Martins, Arnaldo Jabor, Celso Lafer, Grandino Rodas, Hélio Bicudo).

Pois é isto aí. A eleição está embolada, as estatísticas não dizem muito coisa, só nos resta votar e aguardar as cenas do próximo capítulo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Som e Fúria

São sempre as mesmas canções, músicas, intérpretes e letras. O ouvido, e alma, só se satisfazem com as mesmas composições sonoras.

E isto há quase uma década.

No ciclo anterior o pop rock nacional dos anos 80 foi hegemônico; deve ter durado pouco mais de 05 anos.

Este ciclo, no entanto, é diferente: um ciclo que não passa, nem se acaba, nem se encerra. A impressão é de que estas músicas permanecerão até o fim de tudo.

Não sei da vida a fluidez, o movimento ou o fluxo do devir. Só sei de sons perenes, estáticos, eternos. Fluem apenas nos ouvidos sons de outrora, atuais, vão e voltam, em movimentos coordenados, trazendo sempre a mesma provisão.

Isto é sinônimo de incompletude. Há falta, tudo escorre. Ausência, negação. Não.

Necessidade da mesma provisão, do mesmo alimento, do mesmo remédio, sempre.

Body and soul, num chão de estrelas, dando a resposta ao tempo, aguardando a noite do bem, pra não se esquecer de mim. Não vou poupar coração, drão. Let’s stay together. Por toda minha vida, eu te proclamo o meu amor. Explode coração, que o suave veneno inebria. E quem sabe então num futuro, amantes? Sob medida.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Haiti: o 28° Estado Brasileiro

Não creio que seja uma proposta disparatada: tornar o Haiti um Estado federado brasileiro, com autonomia própria.

Já fornecemos segurança, saúde e infraestrutura através das forças militares, das empresas privadas brasileiras, de associações (ONGs) e demais órgãos públicos (Embrapa, BNDES, SUS, etc).

Observo ainda que, de todos os países envolvidos na Missão da ONU para o Haiti, somos os mais comprometidos com a melhoria do quadro geral social, político e econômico da região, o que legitima nossa intenção; além do mais, haitianos já migram para o Brasil em busca de melhores condições de vida e nos veem como irmãos, e não como imperialistas em busca apenas de sugar as reservas naturais haitianas.

Lembro que, quando do desastre que arrasou o Haiti, Nelson de Sá (colunista da Folha), citando o jornalista Eugênio Bucci, "nossa imprensa vai tecendo uma teia de pertencimento ao imaginário nacional que inclui o Haiti". Até "na cobertura de TV sobre a "agressividade" da ajuda americana, os haitianos aparecem criticando as intenções dos EUA" de "ocupar o país" e não ajudar -o que, diz, "não era comum" nos telejornais brasileiros".

É o momento da Presidência da República engendrar diálogo com todas as forças políticas haitianas para esta finalidade, inclusive com consulta à população.

Afinal, tanto o Haiti é aqui, quanto o Brasil é lá. E em acolá expandiremos.