As palavras vêm e(m) vão,
quando querem, somem.
Se soltam,sem amarras.
P-r-e-n-d-e-m-se, "amarr-ao-se".
"...vou cantar para você, um pouco desafinado talvez, mas vou cantar. (...) Para cantar é preciso primeiro abrir a boca. É preciso ter um par de pulmões e um pouco de conhecimento de música. Não é necessário ter harmônica ou violão. O essencial é querer cantar. Isto é, portanto, uma canção. Eu estou cantando." (Henry Miller, Trópico de Câncer)
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Dia, noite. Adentro.
Aquela casa destoava das demais daquele bairro; primeiro porque o corpo da casa principal não ocupava todo o terreno, mas apenas o fundo. Segundo, porque era alta e possuía janelões frontais coloniais, com ares rupestres, azuis e com detalhes em branco. A cor predominante da fachada era o vermelhidão. Não era uma casa grande, mas era confortável, com luz e ventilação naturais.
Ali se viam cortinas alvoroçadas pelo vento que passava casualmente e se notava um rapaz, digitando qualquer coisa em seu minicomputador.
Engraçado perceber que o pouco barulho produzido naquela tarde indecisa de terça-feira, inquietava-o. Aliás, assim como qualquer outro barulho.
Jovem de altura mediana, nem gordo, nem magro. Nem bonito, nem feio. Atento à tela, por vezes, deixava sua cadeira para observar o pequeno quintal de árvores temporãs, tal como ele.
O olhar descuidado não percebia o que se passava ao redor, concentrado que estava em uma frase de Machado de Assis, extraída do conto “Um apólogo”:
“ - Também eu tenho servido de agulha para muita linha ordinária”.
A tarde cumpriu seu destino e se foi. A noite veio, trazendo consigo a escuridão, o vento frio e ares mais mundanos e complexos. As janelas se fecharam, as cortinas deixaram de farfalhar. As árvores verdes se enegreceram e houve luz na casa. Um mundo novo, tenso, se seguiu.
O alinhamento da órbita das estrelas foi difícil, mas se quiser navegar na amplidão, tem que passar o Bojador, além da dor.
No dia seguinte, descansou. Vendo o acontecido, viu que fora bom.
Ali se viam cortinas alvoroçadas pelo vento que passava casualmente e se notava um rapaz, digitando qualquer coisa em seu minicomputador.
Engraçado perceber que o pouco barulho produzido naquela tarde indecisa de terça-feira, inquietava-o. Aliás, assim como qualquer outro barulho.
Jovem de altura mediana, nem gordo, nem magro. Nem bonito, nem feio. Atento à tela, por vezes, deixava sua cadeira para observar o pequeno quintal de árvores temporãs, tal como ele.
O olhar descuidado não percebia o que se passava ao redor, concentrado que estava em uma frase de Machado de Assis, extraída do conto “Um apólogo”:
“ - Também eu tenho servido de agulha para muita linha ordinária”.
A tarde cumpriu seu destino e se foi. A noite veio, trazendo consigo a escuridão, o vento frio e ares mais mundanos e complexos. As janelas se fecharam, as cortinas deixaram de farfalhar. As árvores verdes se enegreceram e houve luz na casa. Um mundo novo, tenso, se seguiu.
O alinhamento da órbita das estrelas foi difícil, mas se quiser navegar na amplidão, tem que passar o Bojador, além da dor.
No dia seguinte, descansou. Vendo o acontecido, viu que fora bom.
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