Não creio que seja uma proposta disparatada: tornar o Haiti um Estado federado brasileiro, com autonomia própria.
Já fornecemos segurança, saúde e infraestrutura através das forças militares, das empresas privadas brasileiras, de associações (ONGs) e demais órgãos públicos (Embrapa, BNDES, SUS, etc).
Observo ainda que, de todos os países envolvidos na Missão da ONU para o Haiti, somos os mais comprometidos com a melhoria do quadro geral social, político e econômico da região, o que legitima nossa intenção; além do mais, haitianos já migram para o Brasil em busca de melhores condições de vida e nos veem como irmãos, e não como imperialistas em busca apenas de sugar as reservas naturais haitianas.
Lembro que, quando do desastre que arrasou o Haiti, Nelson de Sá (colunista da Folha), citando o jornalista Eugênio Bucci, "nossa imprensa vai tecendo uma teia de pertencimento ao imaginário nacional que inclui o Haiti". Até "na cobertura de TV sobre a "agressividade" da ajuda americana, os haitianos aparecem criticando as intenções dos EUA" de "ocupar o país" e não ajudar -o que, diz, "não era comum" nos telejornais brasileiros".
É o momento da Presidência da República engendrar diálogo com todas as forças políticas haitianas para esta finalidade, inclusive com consulta à população.
Afinal, tanto o Haiti é aqui, quanto o Brasil é lá. E em acolá expandiremos.